domingo, 15 de abril de 2007

O maior pianista do mundo

François Couperin, Le Tic-Tac-Chock - Grigory Sokolov

6 comentários:

  1. Absolutamente improvável a junção da técnica exigível e a musicalidade conseguida, estimada Sónia.
    Eu não sei se será o melhor do mundo, mas cedo à sua paixão, é de facto enorme. Eu vou deambulando entre a maturidade de Sokolov e a ainda irreverência de Kissin.
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  2. Caro Carlos A. A.

    Eu também gosto muito de Kissin, é um pianista fantástico, empolgante, emocionante, de tirar a respiração. Tenho uma amiga que diz que ele é um ser extra-terrestre que quer muito ser humano e usa a música para se aproximar dos sentimentos humanos... Sem sucesso, diz ela.
    As minhas paixões pianísticas costumam andar mais pelos lados de Gilels e Richter, com um fraquinho especial por Michelangeli.
    Mas este post surge no “rescaldo” do recital de Sokolov (que eu nunca tinha visto ao vivo) na Casa da Música... Acho que o que eu ouvi ontem foi a música em estado puro.

    ResponderEliminar
  3. Concordo plenamente.
    Ontem, Sokolov foi mesmo o melhor pianista do mundo.

    Não há palavras para descrever o recital.

    Kissin é realmente um pianista brilhante e emocionante, de um perfeccionismo técnico incrivel, no entanto falta-lhe ainda muito, para poder ser comparado com pianistas como Sokolov.

    ana c.

    ResponderEliminar
  4. Hehe...

    Não discuto Sokolov que é um músico extraordinário. Mas a Sónia insiste em que eu discuta Kissin pelo prazer de ver escritas as minhas barbaridades...

    Não teria nada a dizer se não voltasse a ler a frase que já ouvi a vários pianistas da praça portuguesa - "falta-lhe ainda muito", aliada ao argumento que quase aparece como negativo de "perfeccionismo técnico". O Carlos A. A. deixou-me a pensar com a ideia de irreverência.

    Distinguir pianistas desta craveira pelo tecnicismo mais ou menos apurado não me parece nada relevante. Um pianista que se ficasse por aí seria um simples acrobata de circo que muito pouco teria a dizer-nos ao tocar, quando muito aborrecer-nos-ia.
    Ora nenhum deles nos aborrece! Bem pelo contrário.

    Quando Dona Sónia nos puser um post sobre Kissin poderemos exprimir-nos sobre o que nos emociona tanto nele! Pelos vistos não é a técnica... O C.A.A. diz que é irreverência, eu achei em tempos que ele era extra-terrestre...

    Enfim, vivam os pianistas russos que parece que é o que está a dar.

    ResponderEliminar
  5. Se calhar não me exprimi convenientemente.
    Quem sou eu para criticar negativamente Kissin reduzindo-o a um "acrobata de circo"!
    Até porque já o ouvi em concerto várias vezes e nunca me aborreceu, muito pelo contrário. Concordo quando diz que é irrelevante "distinguir pianistas desta craveira pelo tecnicismo".

    Com 35 anos de idade, provavelmente ainda não teve tempo de atingir a maturidade musical de Sokolov, a menos que seja mesmo um ser de outro mundo.
    Como o próprio o próprio Sokolov afirma: "L’interprétation, ce n’est pas le travail de dix minutes, de dix jours ou d’un mois, c’est le produit de toute la vie."

    a.c.

    ResponderEliminar
  6. Gosto da expressão extra-terrestre, estimada Nívea, porque leva-me onde por caminhos que compreendo. Quando ouvimos alguns intérpretes como Kissin, Solokov e alguns poucos mais chegamos a acreditar que o perfeito pode ser humnamente conseguido ou, afinal porque não, que Deus existe.
    É que não é de técnica superlativa que falamos (está já muito para além disso), é de fazer música com recursos técnicos ao serviço da arte, e só dela.
    A irreverência de Kissin que falei serve para o distinguir das "máquinas de escrever" que pupulam nos concursos por esse mundo fora, onde eu coloquei Kissin e Solokov no início da carreira (ambos vencedores do Concurso Tchaikovsky) e dos também muito bons como Polini ou Michaelangeli que a partir de determinado momento racionalizaram de tal forma o texto que cristalizaram a obra de arte.
    Abraço e parabéns pelo blog, está a ficar muito bom.

    ResponderEliminar