Tónica Dominante
non multa, sed multum
terça-feira, 23 de julho de 2019
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
“Épater l’avant-garde”
G. Ligeti, a propósito do seu Requiem, particularmente sobre o Dies irae e sobre a sua falta de “modernidade”...
segunda-feira, 25 de junho de 2018
18 anos de Curso de Composição
Algumas palavras escritas e ditas hoje antes do Concerto de Composição | Auditório Adelina Caravana
O curso de Composição de Braga atingiu a maioridade, 18 anos ininterruptos a lançar novos nomes da Composição portuguesa, contribuindo para a mudança definitiva do paradigma da composição em Portugal. Tudo começou no ano de 2000, um novo século e um novo curso surgiu da vontade e sonho de alguns (poucos) no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Assim, isolado de todo o panorama nacional, este curso foi até há poucos anos, único no panorama da Composição em Portugal.
Olhando hoje para as palavras escritas por Ana Seara (aluna do primeiro curso de Composição) no Jornal da Associação de Estudantes em que destacava o novo curso criado como “o curso mais recente e irreverente” do nosso conservatório, podemos afirmar que ainda assim, ninguém, nem mesmo ela, poderia imaginar a revolução criativa que a sua geração e seguintes iam operar no contexto musical nacional. Efectivamente, a partir da saída dos primeiros finalistas deste curso, começou a mudar-se o perfil de exigência técnica e artística para aceder a um Curso de Composição no ensino superior. Aliás, poucos anos depois apelidaram esta geração de compositores nascida no final dos anos oitenta como os mais representantes mais visíveis de um segundo renascimento da composição em Portugal.
Número total de obras estreadas até junho de 2017
Solo - 32
Duo - 19
Trio - 13
Quarteto - 4
Quinteto - 9
Sexteto - 4
Septeto - 1
Ensemble - 4
Orquestra de cordas - 1
Orquestra sinfónica - 1
Coro / quarteto vocal - 2
Coro / trio instrumental- 1
Eletrónica sobre suporte - 35
Eletrónica em tempo real - 1
Eletrónica e instrumentos acústicos (música mista) - 4
Eletrónica e narradores - 1
Total: 132 Estreias
A verdade é que a Composição, pela sua natureza criativa e introspectiva, não é, de forma imediata, uma área musical de palco, é mesmo muitas vezes esquecida face aos eventos musicais propriamente ditos, os concertos, os recitais, as orquestras, os coros, os intérpretes, os virtuosi do mundo imediatista em que todos vivemos. Ainda hoje é frequente apontar-se como única realidade visível dos conservatórios os alunos instrumentistas! Erro lacrimável, basta olharmos à nossa volta, aqui mesmo. Continua a ser imprescindível lembrar que nada haveria a tocar, a interpretar, a brilhar nos palcos, não fossem esses criadores a que chamam de “os compositores”.
A eles, e em particular aos que por cá estiveram ou que ainda cá estão, a justa homenagem.
Ana Seara, Osvaldo Fernandes, Sara Claro, Sofia Sousa Rocha, Adriano Macedo, António Lima, Susana Araújo, Hélder Vieira, Carlos Adriano Oliveira, Tânia Magalhães, Miguel Carneiro, Daniel Paredes, Carlos Dias, Ana Lima, Helena Gandra, Alexandra Prezado, Gustavo Cruz, Andreia Leal, Almeno Gonçalves, Paulo Morais, Francisco Fontes, Júlia Durand, João Tiago Araújo, Pedro Lima, David Ramalho, Diogo Silva, António Novais, Ana Catarina Barros, Jorge Ramos, Patrícia Oliveira, André Mota, André Pacheco, João Carlos Pinto, Pedro Coelho, César Toscano, Rui Gomes, José Eduardo Barbosa, Maria Portela, Diogo Ferraro, José Mendes, Filipe Soutelo, Sara Marita, Tomás Alvarenga, Adriana Machado, Joana Lopes, Daniel Amado e José Nuno Soares.
47 nomes.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
GV111
Estou a olhar para os
primeiros esboços de uma nova peça musical...
Bom, nada de novo, o
costume aliás, esta necessidade de escrever música que teima em não parar! Mas
doravante vou passar a enumerar as obras musicais que vier a fazer. Para além
do habitual título que cada peça vai ter vou passar a catalogar o número das peças,
uma coisa séria, estilo Opus, BWV, KV, etc. uma vez que calculo que depois de
eu morrer ninguém vai ter o trabalho de o fazer porque é uma maçada. Bom, então
a novidade que acabo de anunciar vai apresentar-se a partir da próxima obra com
a indicação de catálogo de GV. A próxima obra que farei vai ter um titulo e
tal, como as outras, com música lá dentro, e a indicação de GV111. Porquê GV111
perguntarão alguns dos que ainda estão a ler este pequeno texto? Pois sim, é
justo que seja dada uma explicação, GV será a abreviatura de Gaveta, a minha
melhor amiga e companheira do meu modo de estar "compositor", o local
para onde já foram tantas obras que produzi. Uso frequentemente esta palavra
(gaveta) quando me perguntam algo sobre aquela obra musical, estilo "não
tens uma obra para corneta sem pistões, celesta e viola sem arco?", e eu
respondo que vou ver à minha gaveta! Em relação ao número 111, deve-se este ao
facto de me ter lembrado, apenas agora, de ver quantas obras tenho escritas e
registadas desde que componho música. E a verdade é que tenho compostas 110
obras musicais (as oficiais diga-se) até ao final de Dezembro de 2017. Como se
deve imaginar, não conto as obras musicais à peça, estilo buffet, 7€ cada 15
peças de suschi, não, a coisa não funciona assim, uma obra que tenha 16 peças
por exemplo é apenas uma obra musical e não 16! É o caso específico das
"Pequenas histórias de um Saxofone" por exemplo. Por isso,
naturalmente o número 111 será o da próxima obra que vier a fazer. Este número,
111, pode ser um mau (ou bom) prenúncio se pensarmos na última sonata para
piano de Beethoven...
Então assim será, a
próxima obra musical intitulada "qualquer coisa" para os instrumentos
"qualquer coisa" será acompanhada pela sigla GV111 e desta vez, penso
dedicá-la mesmo à minha gaveta.
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
dorme
Passaste
os dias a pôr sílabas
sobre
sílabas, dorme, estás cansado.
Não
são do rio essas luzes,
dorme,
já não há rios.
Nos
pátios do outono a noite
já
soltou os seus cães, dorme.
O peso da sombra, Eugénio de Andrade
|
quarta-feira, 12 de julho de 2017
For Alice again
for Alice again
Paulo Bastos
for saxophone alto & tenor,
violin, cello and piano
Seven musical scenes from Alice's
Adventures in Wonderland, by Lewis Carroll
-------------------------------------------------------------------------------------------------------
Chapter 1
ALICE was beginning to get very tired of sitting by her sister on the
bank and of having nothing to do: once or twice she had peeped into the book
her sister was reading, but it had no pictures or conversations in it,
"and what is the use of a book," thought Alice, "without
pictures or conversations?'
Without
pictures or conversations (Alto, Vl, Vc, Pno)
Chapter 1
Down, down, down. Would the fall never come to an end? "I wonder
how many miles I've fallen by this time?" she said aloud. "I must be
getting somewhere near the centre of the earth. Let me see: that would be four
thousand miles down, I think (...)
Down, down,
down (Alto, Pno)
Chapter 4
It was the White Rabbit, trotting slowly back again, and looking
anxiously about as it went, as if it had lost something; and she heard it
muttering to itself 'The Duchess! The Duchess! Oh my dear paws! Oh my fur and
whiskers! She'll get me executed, as sure as ferrets are ferrets! Where can I
have dropped them, I wonder?' Alice guessed in a moment that it was looking for
the fan and the pair of white kid gloves, and she very good-naturedly began
hunting about for them, but they were nowhere to be seen (…)
White
Rabbit (Alto, Vl, Vc)
Chapter 2
'I'm sure those are not the right words,' said poor Alice, and her eyes
filled with tears again as she went on, 'I must be Mabel after all, and I shall
have to go and live in that poky little house, and have next to no toys to play
with, and oh! ever so many lessons to learn! No, I've made up my mind about it;
if I'm Mabel, I'll stay down here! It'll be no use their putting their heads
down and saying "Come up again, dear!" I shall only look up and say
"Who am I then? Tell me that first, and then, if I like being that person,
I'll come up: if not, I'll stay down here till I'm somebody else" — but,
oh dear!' cried Alice, with a sudden burst of tears, 'I do wish they WOULD put
their heads down! I am so VERY tired of being all alone here!'
Who am i
then? (Vl, Vc, Pno)
Chapter 1
(…) so Alice soon began talking again. "Dinah'll miss me very much
to-night, I should think!" (Dinah was the cat.) "I hope they'll
remember her saucer of milk at tea-time. Dinah, my dear! I wish you were down
here with me! There are no mice in the air, I'm afraid, but you might catch a
bat, and that's very like a mouse, you know. But do cats eat bats, I
wonder?" And here Alice began to get rather sleepy, and went on saying to
herself, in a dreamy son of way, "Do cats eat bats? Do cats eat
bats?" and sometimes "Do bats eat cats?" for, you see, as she
couldn't answer either question, it didn't much matter which way she put it.
She felt that she was dozing off, and had just begun to dream that she was
walking hand in hand with Dinah, and was saying to her, very earnestly,
"Now, Dinah, tell me the truth: did you ever eat a bat?" When
suddenly, thump! thump! down she came upon a heap of sticks and dry leaves, and
the fall was over.
Do cats
eat bats? (Tenor, Vc, Pno)
Chapter 12
'It's a pun!' the King added in an offended tone, and everybody laughed,
'Let the jury consider their verdict,' the King said, for about the twentieth
time that day. 'No, no!' said the Queen. 'Sentence first—verdict afterwards.'
'Stuff and nonsense!' said Alice loudly. 'The idea of having the
sentence first!'
'Hold your tongue!' said the Queen, turning purple. 'I won't!' said
Alice.
Off with
her head!' the Queen shouted at the top of her voice.
Off with
her head! (Vl, Vc Pno)
Chapter 12
'Who cares for you?' said Alice, (she had grown to her full size by this
time.) 'You're nothing but a pack of cards!'
At this the whole pack rose up into the air, and came flying down upon
her: she gave a little scream, half of fright and half of anger, and tried to
beat them off, and found herself lying on the bank, with her head in the lap of
her sister, who was gently brushing away some dead leaves that had fluttered
down from the trees upon her face.
'Wake up,
Alice dear!' said her sister; 'Why, what a long sleep you've had!'
You're
nothing but a pack of cards! (Tenor, Vl, Vc, Pno)
Subscrever:
Mensagens (Atom)