sexta-feira, 22 de junho de 2007

Novo ensino especializado da música (13)

O Rogério Matos escreveu uma apreciação muito interessante do Estudo de Avaliação do Ensino Artístico referindo um dos aspectos essenciais da sua falta de seriedade – Porque é que não houve nem um especialista da música na elaboração deste estudo? Cito o Insustentável:
(...) Mas constituir uma comissão em que nem um só, um só que seja, para amostra vá, é da área em estudo? Sinceramente, nunca tinha visto. Está-se sempre a aprender (...)
Pois é...
A ideia de colocar de fora os especialistas (um pelo menos) é, quanto a mim absolutamente intencional. Só não vê quem não quer! Basta olharmos de relance o dito relatório para se perceber que não passa dum monte de insultos aos próprios especialistas da música. Todo o discurso deste documento é apresentado numa perspectiva negativa, referindo-se sempre, e só, o que de mau há nesta área. Dessa forma não me parece estranho não estar por lá ninguém da música. Não poderia ser de outra forma, é que não há quem aguente! Neste relatório podemos encontrar todo o tipo de insultos mas passo a citar apenas o seguinte:
Um mundo de sujeitos iluminados que se contemplam e avaliam entre si, permanecendo inteiramente imunes à análise e avaliação dos profanos.
Assim caracterizam os ditos doutores a classe a que pertenço (mal ou bem), de uma forma insultuosa, esquecendo estes que o pouco (ou muito, apesar de tudo...) que há no Ensino Especializado da Música aos professores e alunos se deve! Não devemos nada com certeza ao ME que, ao longo de anos, desde o famoso 310/83 tem vindo a alterar tudo, de forma arbitrária, sem orientação, com experiências, sem ideias, e com dois únicos objectivos visíveis - o de tornar o menos acessível possível este tipo de ensino a todos e, finalmente, com este relatório, acabar com ele.
Depois ainda há (músicos, ainda por cima) quem diga que, eu, como a minha amiga Cláudia Nelson, levamos as coisas muito a peito!!!
Ora foda-se...

Sem comentários:

Enviar um comentário