domingo, 4 de dezembro de 2016

o não poema…

Obras: pouco mais do que uma centena...
Encomendas nunca tocadas: 9
Obras encomendadas tocadas por quem as não encomendou: 4
Obras dedicadas e não tocadas: 10
Obras nunca tocadas: cerca de 40
Obras que ficaram pela estreia: 22

domingo, 20 de março de 2016

dia do pai


Ontem foi dia do pai. Não tendo pai desde os meus 5 anos sou pai de duas meninas há 10 anos. E ontem tive um dia do pai mais feliz do que o normal com prendas que me encheram o coração. No mesmo dia em Almada tive a estreia de duas canções para crianças de uma obra minha chamada "Pelo aroma das sílabas" e à noite outra estreia de um "Ave verum corpus" em Esposende. Poderia apenas ser isto e nada mais, mas assim não foi...

Ao meu lado esteve António Pinho Vargas, um compositor, um ser humano enorme, um intelectual, que tanto admiro, com outra estreia, "Sabat Mater". Tal nunca se me afigurou sequer como uma possibilidade tal é a distância respeitosa que tenho por este músico, mais ou menos desde o final dos anos 80.



O concerto da noite foi verdadeiramente emocional e espiritual, não sentia isto há muito tempo, ver músicos que depois de cantarem (CPCE), de tocarem (Carlos Pinto da Costa e Diogo Zão) e dirigirem (Helena Isabel Venda Lima) nos demonstrassem e se revelassem tão expostos também na sua emoção.

Um abraço enorme de agradecimento a todos por ontem me terem feito sentir, ver e ouvir tudo. As lágrimas também estiveram nos meus olhos, e não apenas nos vossos...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

entre o Musical e o amusical

(parabéns José Diogo, Francisco, Júlia e Pedro)

relembrando um parágrafo final de um texto que escrevi em 2012.

ele há coisas que nunca se escondem, e a maior é, sem dúvida, a ignorância. A minha questão fundamental em relação à música, quer seja ela a portuguesa ou outra, é sempre a mesma e contradiz o espírito das regras “sociais” e democráticas, é aquela que banaliza a célebre frase de que “o gosto não se discute”! Discute, pois. E, concretamente, o gosto musical discute-se e educa-se. Só é pena é que já ninguém esteja para isso, nem para educar nem para ser educado.

in “sobre a ausência de gosto musical”


texto integral em http://tonicadominante.blogspot.pt/2012/06/sobre-ausencia-de-gosto-musical_8240.html

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

"Boulez est mort"

"Boulez est mort"

O penúltimo da sua geração foi agora chamado… (só resta Kurtág!)
Lembro a partida de Messiaen, Nono, Berio, Stockhausen, Ligeti, e agora o emblemático Boulez. Leva com ele os seus dogmas, as suas exemplares mutações da vanguarda mais radical às surpreendentes obras dos últimos anos. Fica entre nós o que nos deixou, a desmontagem da tríade Debussy/Stravinsky/Schoenberg pela Debussy/Stravisnky/Webern, o pragmatismo total, o rigor absoluto e, acima de tudo, o mérito da sua coerência mesmo quando assumida em sentidos opostos.
Pelo seu exemplo, pensemos música com rigor dogmático rumo à anarquia total dos sentidos!