sexta-feira, 20 de julho de 2012

ainda sobre a ignorância (resposta a um email)

Terei ainda que fazer um longo caminho até o exterior não me afectar, mas entretanto, e porque dificilmente me calo tenho que te dizer algumas palavras.

A ignorância de que tanto falo é aquela que é transportada e catapultada pelos ditos mestres em cima dos seus discípulos , ou seja, se quiseres transportar as situações, professores e alunos. Esse tipo de ignorância não se esconde nem com o ar mais eloquente, eficiente e responsável! E penso que o mais grave é que esse tipo de pessoas possam sequer julgar que tal não se nota. Nota pois…

Quando falo em ignorância nunca me refiro à da pessoa que nada aprendeu, não leu nem escreveu, ou a que nem a sua própria intuição soube usar… essa pessoa sabe, com certeza, muito daquilo que eu não sei, que é praticamente tudo, é o ter consciência de que nada sei, como dizia o filósofo.

A ignorância que tanto me atormenta é a que aparece disfarçada de coisa esclarecida, essa sim, revolta-me e não a suporto! É como diz o povo, que não é, definitivamente, ignorante, a ignorância é atrevida!

Beijos, Paulo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

vou de férias assim...


ver, ouvir e não calar

Revejo-me totalmente nestas linhas de Saramago, acerca de Pilar...

Se alguma coisa pode definir a Pilar no seu temperamento, no seu carácter, é isso: ver, ouvir e não calar. Ver para saber o que se passa, ouvir para estar consciente do que se diz e não calar porque é preciso. Melhor que exagere do que se ser uma pessoa apática, indiferente, egoísta. 
Miguel Gonçalves Mendes, "José e Pilar", Conversas inéditas

sábado, 14 de julho de 2012

David Bowie (1)


Numa altura em que os mais novos ouvem tanta porcaria, inclusive a que de mais comercial se fez nestes anos, finais dos anos sessenta, e porque a Samovar me provocou com o Life on Mars, aqui vou colocar o que de melhor este grande cantor e compositor britânico fez ao longo da sua extensa carreira, 1967 a 2000, sensivelmente. No que diz respeito a este tema, imaginem o impacto que terá provocado no ano de 1969! Ouçam com muita atenção as duas vozes cantadas por Bowie e gravadas em stereo. Por curiosidade, tenho este álbum desde os meus 12 anos em vinil na prensagem inglesa, ou seja, na versão original. Não há valor algum que pague este meu disco.


David Bowie, Space Oddity, 1969

sábado, 7 de julho de 2012

A(c)tualização do meu melhor Post de sempre sobre o EEM!

Porcaria 691, ITC, para que serve isso aí? 1 contra 5! Mais a ANQEP... 26 a 30 alunos, venham dai! DL139/2012, DL132/2012, Decreto-Lei n.º 137 - 2012 de 2 de Julho Altera o Decreto Lei 75-2008 de 22 de Abril, Portaria 942-2009 de 21 de Agosto - Recrutamento pessoal docente para o Ensino Artístico Especializado da Música e da Dança, Dire(c)tores, sempre a Portaria 693-98 de 3 de Setembro Habilitações - grupos de recrutamento M (EAE Música), Coordenadores, Relatórios de avaliação, Contratados, informação intermédia, Encarregados de Educação, adjuntos, comissões, conselhos disto e também daquilo, geral, pedagógico, turma, de dire(c)tores de turma, da merda, Planos de estudo dos cursos artísticos especializado para consulta pública 23 de abril, pareceres, poder, não pareceres, a(c)tas e desa(c)tas, pcts, vai dar aulas ó malandro! Substituição de trombone, instrumento, composição, 2000/2001, requerimento, workshops, subsídios (foram-se 2+1 mês), critérios, matrizes, gente com ar de quem sabe o que faz, concertos, recitais, certificação, formação, participação disciplinar, processo disciplinar (mentirosos), inter-relações, a(c)tividades, dossier, justificação falsa de faltas, taxa de sucesso, pouca vergonha, planos, de apoio recuperação acompanhamento atendimento explicações não pagas recurso sala de atendimento ameaça formação cívica música (como?) cotações formação musical oferta de escola acompanhamento e improvisação baixo contínuo acústica e organologia (para que serve isso aí?)      história da cultura e das artes (?)         laboratório de composição (?)             leitura de partituras (?)               instrumento de tecla (?)                      caramujo!

ME, me, me, me, MEC, mec, mec, mec, mec, ANQ, anq, anq, anq, anq, anq, desanq, desanq, ANQEP, anqep, anqep, anqep, anqep, anqep, anqep, anqe, anq, an, a, a, a, a,  Aiiiiiiiiii!!!!!!!!
xiiiiiiPUM!

de conhecimento obrigatório (19)

Ainda a propósito de bananas...
mas não tendo rigorosamente nada a ver com a falta de personalidade associada ao bananisno, aqui vai!
Tenho este disco na sua versão original em vinil... qualquer dia faço-lhe um seguro! Do meu ano, 1967, no tempo dos totós dos Beatles, os Velvet Underground estavam no sub-mundo a gravar álbuns desta natureza com produção de Andy Warhol.


1. Sunday Morning (Reed, Cale) – 2:54
The Velvet Underground & Nico
When the Velvets recorded this debut, they were best known as the protégés of Andy Warhol (who designed the sleeve), and as a grating, combustive live band. Fueled by drummer Moe Tucker's no-nonsense wham and John Cale's howling viola, some of the straight-up rock & roll and arty noise extravaganzas here bear that out. But before Lou Reed was singing about sadomasochism and drug deals and writing lyrics inspired by his favorite poets, he was a pop songwriter, and this album has some of his prettiest tunes, mostly sung by Nico, the German dark angel who left the band after this disc. Even the sordid rockers are underscored by graceful pop tricks, like the two-chord flutter at the center of the classic "Heroin." - Douglas Wolk.

Side one
  1. "Sunday Morning" (Reed, Cale) – 2:54
  2. "I'm Waiting for the Man" – 4:39
  3. "Femme Fatale" – 2:38
  4. "Venus in Furs" – 5:12
  5. "Run Run Run" – 4:22
  6. "All Tomorrow's Parties" – 6:00
Side two
  1. "Heroin" – 7:12
  2. "There She Goes Again" – 2:41
  3. "I'll Be Your Mirror" – 2:14
  4. "The Black Angel's Death Song" (Reed, Cale) – 3:11
  5. "European Son" (Reed, Cale, MorrisonTucker) – 7:46

O meu melhor Post!

Este foi o último  e melhor (modéstia a parte) documento que escrevi num blogue sobre o assunto "ensino especializado da música". Volto agora a republicar  este texto uma vez que o acho actual nos seus conteúdos, na sua demárche ao longo destes anos e ajustado à actual situação. Foi publicado em 2008, há  4 anos anos portanto! Deixo-o na integra, com os comentários de então, com tudo, vá!
Aplicação letal retórica contraditório falta de seriedade, fora os especialistas, 310/83 atrofia equivalências, além de não ser residual, meio artístico, legislação aguente! Forma sujeitos iluminados. Abril, “sábios” artífices privadas insultuosa exemplo... ME, figura do professor!? Estética, uns com as brancas, docência. Mito, alguns anos! Lucidez e persistência, música pedra burocrática “democratização” developmental benefits, sem orientação, progressão na carreira. Encontro frustradas “javardice” sindicalizada forças obstrucionistas. Ora foda-se... “muito pouco" ensino? Revolução vocacional? Training, endireitar a sombra da vara torcida, habilitações arbitrária. Europa, 693/98, esvazia “músicos”, 6, com as pretas, aprendizagem “fetiche”, mestres ou discípulos, investimento artes tormento, “fazer de conta que faz”, academias especializado, ainda pior, “nada” radical EB23 licenciados chefiadas exigência, aulas individuais, foro artístico, comissão profundidade profissionalizá-los intimidações “refundar” lei, massa crítica, solística, escolas superiores, atrofiante.Natureza Artística, meia dúzia, “cada vez menos”! O gato sem “estatutos de excepção”, coragem, alfabetização musical, l’amélioration des performances!!! Relatório 1930 (nada) ramalhete! Avaliação, ensino colectivo, retrocesso, machadada final, várias secções, petições instrumento diminuição. Conservatórios programas divertem grupo aulas estudo Yamaha? Dúvidas «crenças», tenra idade, integrado (caro) irónicas barulho palminhas, ar mais ou menos ocupado, degradação supletivo processo kafkiano! Genérico “UTOPIA! UTOPIA!” físico-vocal “talento” pedagógicas, auto-encantamento, “tribo” ancestral, performance tutela, levamos as coisas muito a peito!!!Musical, especificidade, ditos doutores insultos públicas, fim.
11 comentários:


Excelente texto! Muito menos confuso e mais sério que toda a legislação obrada durante os últimos 30 anos!




Caro/a Fui Eu e só que,
muito obrigado pelas suas palavras elogiosas. De facto, esforcei-me por fazer um texto sério, isento e verdadeiro sobre o assunto em epígrafe.
Os meus cumprimentos.




Meu Deus ... isto deve ser como a música erudita contemporânea, vai levar tempo a compreender e assimilar :-) :-) :-) :-) Estou a brincar, estou mesmo (mesmo), a brincar. Mas que vai demorar a interpretar lá isso vai ... :-)




Caro Fernando, não se canse a tentar interpretar esta mensagem! Ela está encriptada ao mais alto nível!!!
;-)




Ouso apoderar-me das tuas palavras e dar-lhe meu cunho pessoal. Brincar c/algumas delas para dar voz ao sentimento de frustração geral ao qual nos condenam.
Pelo que poderá assim ser esta uma interpretação de tão genial premissa, td.
“muito pouco” “sábios” são os da “democratização”, que falam em “refundar” para “fazer de conta que faz” algo quando na realidade não há “nada”.
os “músicos” são “cada vez menos”. E de "músicos" parecem já “nada”
Esta “tribo” apenas c/“estatutos de excepção” são apenas um “fetiche” das «crenças» de outrora que hoje não mais do que uma “UTOPIA! UTOPIA!”
Abraços com votos de Coragem,Perseverança e Força.
Porque um Blog "vendido" este não serás nunca!
;) Gerly




Olá Gerly,
gostei da tua reinterpretação das palavras soltas, bravo!




td
Com jeito conseguiam-se fazer meia dúzia de outros textos com a mesma "tónica dominante". A matéria é mais que muita e quem estiver minimanete por dento do assunto não terá muita dificudade em lhe dar corpo .
Criatividade também é isto.
Um beijinho




Está excelente! é mesmo isso sem tirar nem pôr. 


E já agora, se achares que vale a pena actualiza o meu endereço para http://artimanha.org




Gi, sem dúvida, com criatividade faz-se muito com estas palavras, e não é assim tão difícil.




Cara Artimanha,
há que tempos que não via novidades no teu blog! Mas agora percebo o motivo, mudança de casa e tal, e com endereço próprio, sim senhora...
Vou já mudar o link do blogspot para o novo.
:-)




presto a minha sincera homenagem à(s) série(s) utilizada(s).
para variar um texto a sério. Pode ser que assim os artistas consigam perceber.


sexta-feira, 6 de julho de 2012

falta de talento


O talento de um indivíduo reconcilia-nos muitas vezes com aquilo que pode haver de discutível no seu carácter, quando não temos de lhe suportar pessoalmente os efeitos. Mas nunca o humor agradável de alguém nos tornará indulgentes para com a sua falta de talento.

Arthur Schnitzler

tom dogmático


É a ignorância profunda que inspira o tom dogmático. Aquele que nada sabe pensa ensinar aos outros o que acaba de aprender; aquele que sabe muito mal chega a pensar que o que diz possa ser ignorado, e fala com maior indiferença. 

Jean de La Bruyére

pessimista/revolucionário

Bom, já vi que a conversa fugiu do conceito "banana"!
Mas voltando então, 12 horas depois, ao assunto anunciado em cima... ele há bananas e bananas, é como os chapéus! Há aquelas meias podres, moles e com mau sabor, há as pequeninas e madurinhas da madeira, e ainda há as grandes e verdes da Colômbia. Note-se que não sou de nenhum dos géneros apontados. Digo isto porque sou duro (salvo seja) de roer, porque a ser banana não era qualquer um(a) que me descascava!!! Bem, agora mais seriamente, apesar do meu discurso lá de cima, muito lá cima, nos comentários ser de desilusão total com a classe a que pertenço, sou, e sempre assim fui, do género pessimista/revolucionário. Quem me conhece sabe que é verdade, gosto pouco de gente hipócrita, detesto o "lambebotismo" militante que se instalou nas escolas e, acima de tudo, custa-me a suportar a ignorância disfarçada de coisa esclarecida.

Por tudo isto proponho para este debate outra fruta que não as bananas e melancias.
(comentário extraído do mural de Paula)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

pROFESSOR

Esta é a profissão que escolhi, gosto verdadeiramente dela, só dentro da sala de aula me sinto realizado. Mas, francamente, tenho alguma vergonha da classe a que pertenço, a dos professores manietados por tudo e todos! MECs, ANQEPs, encarregados de educação, e, vejam, só ao que isto já chegou, por alunos! Atenção que esta carapuça não me serve, aguento, aguento, e antes partir do que vergar. Não ando enganado nem alegremente apatetado, tento simplesmente sobreviver a tudo isto...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ignorância não

Estupidez até pode ter um certo charme. Ignorância não.


Frank Zappa

impreparado, desconhecedor, arrogante

António Ângelo Vasconcelos escreveu assim:
das escolas do saber, da cultura e do conhecimento aos mega-agrupamentos de explicações
 final do ano letivo com surpresas que não são surpresas. metas e mais metas, matrizes curriculares sem jeito nem trambelho (a não ser para dar corpo a ortodoxias ideológicas) despachos, decretos, decretinos e etcs. a retórica do costume: mais exigência e exigência, exames e mais exames, rankings e mais rankings. turmas de nível. uma escola que sirva para o mercado de trabalho (que não existe). mega-agrupamentos sem agrupamento de facto. desprezo pelo trabalho docente. a montanha pariu um crato. impreparado, desconhecedor, arrogante. com falinhas mansas impõe o que bem entende como se nas escolas não existissem pessoas (e pais e mães) que sabem, que pensam que trabalham e que, apesar de tudo, não querem desistir de procurar que a escola pública seja pública, equitativa, heterogénea, culta e plural. eu, tal como escreve daniel sampaio, “prefiro uma escola exigente, mas muito atenta a cada um dos seus alunos. Uma sala de aula que promova a capacidade de aprendizagem, faça a avaliação e registo do progresso das crianças e dos jovens e promova a adaptação a novas situações. Um professor que interiorize a necessidade de educar […]. Um estabelecimento de ensino que tenha exames, claro, mas onde a avaliação final seja apenas mais um passo na consolidação dos conhecimentos. Uma escola onde o truque para o exame final, a batota ou o resumo apressado de um texto clássico não sejam o mais importante. […] não será preciso ir mais além do que propor mais exames?” (público, 2, 1 de julho 2012, p. 40)
From the wall of Bérangère Maxime...