quinta-feira, 25 de maio de 2017

música "morta"


O facebook diz que foi há um ano. E foi! Foi e passou, para aí umas duas ou três vezes em locais diferentes, Conservatório de Música do Porto, Theatro Circo, e depois mais nada... é esta a natureza da música "morta" dos compositores vivos, as obras por vezes são tocadas, uma vez ou outra repetem-se. Mas o normal acaba por ser sempre o inevitável esquecimento, as obras não são mais tocadas como se na efémera estreia (nascimento da obra para alguns) tudo morresse.


(facebook | 25 de Maio de 2016
 É já na sexta a estreia do ciclo completo "Pelo aroma das sílabas" (2014) no Conservatório de Música do Porto. Será também interpretada a minha obra "O Elefante e a Pulga" (2012) para coro e piano com textos de Leonel Neves. Estas obras serão interpretadas pelo Coro do 1• Ciclo do Conservatório de Música do Porto.
“Pelo aroma das sílabas” é um ciclo de 7 canções para coro infantil e piano, entre outros instrumentos. Os 7 poemas, da mais bela poesia portuguesa, foram escolhidos por mim com o propósito claro de criar um fio condutor que, apesar de não narrativo, é singular e contínuo pela magia, pelo simbolismo, pelas surpresas, pelas palavras meigas, pela cor dos sons, “pelo aroma das sílabas”...

Dedicatórias e formação de “Pelo aroma das sílabas”
Segredo
para coro infantil, piano e flauta
à minha filha Clara
Poema de Miguel Torga


Bichinho-de-conta
para coro infantil, piano e contrabaixo
ao António Ângelo Vasconcelos
Poema de Sidónio Muralha


Frutos
para coro infantil e piano
à Cláudia Nélson
Poema de Eugénio de Andrade


Uma história de dividir
para coro infantil, piano e viola
à Nívea
Poema de Manuel António Pina


Tudo de pernas para o ar
para coro infantil, piano e fagote
à minha filha Maria
Poema de Luísa Ducla Soares


Telegrama do príncipe para a Branca de Neve
para coro infantil e piano
à Sónia
Poema de Alice Vieira


Cantiga de embalar
para coro infantil, piano e jogo de sinos
à minha mãe
Poema de António Botto

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Neste concerto serão também cantadas obras do género infantil de Fernando Lopes-Graça, com poemas de Eugénio de Andrade.
http://www.cantarmais.pt/pt/cancoes/teatromusical/P  
http://www.editions-ava.com/store/work/1388/


terça-feira, 23 de maio de 2017

red night


insufla vida ao corpo letárgico

O virtuoso cria paixões que revelará em todo o seu esplendor. Ele insufla vida ao corpo letárgico, penetra-o de fogo, anima-o com o pulsar de encanto e da graça.

Franz Liszt (resposta à frase anterior de Debussy...)

erguendo o piano com os dentes!

A atracção do virtuoso é como a do circo sobre a multidão. Há sempre a esperança de que algo de perigoso aconteça. Que o senhor X toque violino com o senhor Y aos ombros ou que o senhor Z termine o seu trecho erguendo o piano com os dentes!

Claude Debussy

segunda-feira, 8 de maio de 2017

6 de Maio de 2017


Fique aqui apenas o essencial sobre a história da composição da minha “Missae Breves” para Coro a 3 vozes, Órgão e Oboé estreada no sábado à noite...

Escrevi esta obra entre Fevereiro e Abril de 2015 respondendo ao desafio da Helena Venda Lima, maestrina do Coro de Pequenos Cantores de Esposende. Confesso que na altura pensei não ser capaz de o fazer e disse isso mesmo à Helena, não era naturalmente o meu campo de composição mais usual no que dizia respeito à música coral, no entanto o entusiamo da Helena acabou por me convencer de que eu conseguiria e eu fui acreditando. A Missa foi naturalmente dedicada ao Coro de Pequenos Cantores de Esposende com quem, de resto, já tenho o orgulho de trabalhar há alguns anos. Sobre a estreia nunca sei o que dizer ou expressar bem porque os nervos desses momentos atraiçoam-me os sentidos, adorei o concerto na sua totalidade, mas a exposição de uma pessoa à estreia de uma obra já escrita há muito tempo é sempre algo que me fragiliza, não explicarei mais nada, sei que muitos perceberão o que quero dizer.

Mas sei o que posso dizer a todos, um enorme Obrigado ao Coro de Pequenos Cantores de Esposende, ao Diogo Zão, à Sara Amorim, à Helena Venda Lima, ao Carlos Pinto da Costa, aos pais de todos os cantores, à D. Celeste, ao Sr. Padre Paulo Terroso, ao Dr. José Rodrigues e finalmente a todo o público e amigos que encheram por completo a Basílica dos Congregados. Peço desculpa se me esqueci de alguém.

Esta estreia ficará cá dentro, em mim, como uma homenagem ao Hélder e à sua memória.