segunda-feira, 16 de abril de 2007

Emil Gilels

S. Rachmaninoff, Prelúdio op.23, nº5 - Emil Gilels

4 comentários:

  1. Sempre apreciei a pujança da mão esquerda de Gilels que é raro nos pianistas, reservando-a, a maior partes das vezes para mero acompanhamento.
    No entanto, Sónia, musicalmente muito distante (para mim) dos meus eleitos.

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  2. Já que estamos nessa...

    Este sim, para mim, o "melhor pianista do mundo"!
    Particularmente o seu Beethoven.
    ;-)

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  3. Ah, Paulo, já que estamos nessa, Brendel no Beethowen.
    Abraço

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  4. Brendel vi! A tocar Beethoven precisamente. Foi impressionante...
    Na altura postei no Tónica Dominante (1).
    Transcrevo aqui o que disse na data:

    "Sábado, 23 Abril de 2005
    Alfred Brendel

    1ª Parte:
    W. A. Mozart
    Nove Variações sobre um minuete de J. P. Dupont em Ré K573
    Robert Schumann
    Kreisleriana Op.16

    2ª Parte:
    Franz Schubert
    Momentos Musicais D780
    L. van Beethoven
    Sonata para Piano No.15 em Ré, "Pastoral"

    Alfred Brendel apresentou-se no Porto num concerto que, no género, talvez possa ser classificado como o mais importante da fase inaugural da Casa da Música, a interpretar o que mais o caracteriza, o repertório dos Clássicos de Viena. Começar um concerto por umas variações de Mozart, pouco conhecidas do grande público é, desde logo, algo a que só um pianista da craveira de Brendel é permitido. É que, quanto mais não seja pelo risco que estas peças apresentam na sua simplicidade e debilidade quase infantil, é uma obra que aparentemente cria pouco impacto para um início de um concerto. Mas não! Foi, desde o primeiro ao último momento em que o pianista colocou as mãos no teclado, muito especial fazendo-nos acreditar que se ouvia o repertório habitué dos concertos.
    Na Kreisleriana Op.16 de Robert Schumann, Brendel surpreendeu também, mas pela unidade dada ao desenrolar de todo o discurso musical. Em muitas versões que ouvi desta obra nunca tinha sentido um fio condutor de tal perfeição e linearidade. Como se sabe a Kreisleriana, e outras obras de carácter cíclico de Schumann, perdem em algumas interpretações de concerto pelo facto de ouvirmos, separadamente, momentos excelentes em alguns quadros, mas na totalidade da obra nos escapar a direcção global da música.
    Nos Momentos Musicais D780 de Schubert o pianista levou a plateia, por um fio muito ténue, a um estado de emoção contida. Tudo foi realizado no limiar da perfeição: fraseado, sonoridade geral, controle das dinâmicas, respiração e pulsação rítmica.
    O concerto não ficaria completo sem a sublime interpretação que Brendel deu à Sonata em Ré, "Pastoral" nesta noite. Não é, com certeza, por esta ser a minha sonata preferida de Beethoven, que vou afirmar que o que se ouviu foi magistral. Esta sonata, que já foge à herança mozartiana, mas que ainda não se apresenta no patamar final das últimas e mais complexas de Beethoven, representou o momento de maior concentração de emoções na sala 1 da CdM, em que Alfred Brendel fez aparecer todo o espectro dinâmico, dos pianíssimos aos fortíssimos. Além disso, a forma como nos fez ouvir ligados os segundo, terceiro e quarto andamentos foi brilhante, como se estivéssemos a ouvir contar uma história, com poucas interrupções, a alguém que conhecia todos os seus pequenos pormenores, contando-os sempre com mais interesse e entusiasmo. Só um grande “amigo de Beethoven” podia contar com tal clareza, veracidade e cumplicidade esta história chamada “Pastoral”. Foi o que aconteceu.

    Um grande concerto!

    Paulo Bastos"

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