Glosa e Fanfarra sobre uma Fantasia de António Carreira é uma das obras mais significativas da produção de Álvaro Salazar, que descobriu António Carreira ainda nos anos 50, depois da edição holandesa de Macario Santiago Kastner, ficando na altura maravilhado com a elevada qualidade musical deste compositor do século XVI, e verificando mesmo que tudo o que António Carreira havia escrito era do melhor que se fazia nessa época e estava a par de toda a restante música europeia.
Esta obra para grande orquestra (piccolo, flautas 1 e 2, oboés 1 e 2, corne inglês, clarinetes em sib 1 e 2, clarinete baixo, fagotes 1 e 2, contrafagote, trompas em fá 1, 2, 3 e 4, trompetes em dó 1, 2 e 3, trombones 1, 2 e 3, tuba, grupos de percussão 1, 2, 3 e 4, harpa, piano/celesta, violinos I, violinos II, violas, violoncelos e contrabaixos) foi criada em 1975 e revista em 1999. Durante muitos anos a inviabilidade da realização desta obra em Portugal foi um facto incontornável, realçado pela grande crise que as orquestras portuguesas passavam nessa altura. Não só a obra era manifestamente difícil, como exigia um efectivo instrumental, nomeadamente na percussão, inexistente nessa altura nas orquestras portuguesas. Foi tocada pela primeira vez em 2001 numa versão parcial (apenas a Glosa) no Festival de Bachau, na Roménia. A sua primeira apresentação mundial completa deu-se em 3 de Abril de 2002 pela Orquestra Sinfónica de Madrid, na cidade do mesmo nome, sob a direcção de José Ramón Encinar, sendo de salientar que esta primeira versão completa obteve uma óptima reacção da critica e do público. A segunda, e mais recente interpretação desta obra, realizou-se em 27 e 28 de Março de 2003, em Lisboa, pela Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian sob a direcção de Lawrence Foster. A sua interpretação tem sido sempre precedida pela audição de uma transcrição para metais (duas trompetes em dó e três trombones) da Fantasia de António Carreira. Esta é, aliás, uma, entre outras, das obras de António Carreira transcritas por Álvaro Salazar.
Glosa e Fanfarra sobre uma Fantasia de António Carreira representa, na produção musical portuguesa da época, um importante avanço em termos estéticos e técnicos. Formalmente é uma obra livre que vai evoluindo progressivamente de elementos musicais concretos até ao aleatorismo total.
Podemos encontrar nela grande parte dos “sinais” das correntes da sua época:
da vanguarda ao pós-modernismo no que se refere a questões estilísticas, passando pela escrita indeterminista e o seu coabitar natural com a determinista, até ao uso assumido e de forma subtil da citação.
Esta obra para grande orquestra (piccolo, flautas 1 e 2, oboés 1 e 2, corne inglês, clarinetes em sib 1 e 2, clarinete baixo, fagotes 1 e 2, contrafagote, trompas em fá 1, 2, 3 e 4, trompetes em dó 1, 2 e 3, trombones 1, 2 e 3, tuba, grupos de percussão 1, 2, 3 e 4, harpa, piano/celesta, violinos I, violinos II, violas, violoncelos e contrabaixos) foi criada em 1975 e revista em 1999. Durante muitos anos a inviabilidade da realização desta obra em Portugal foi um facto incontornável, realçado pela grande crise que as orquestras portuguesas passavam nessa altura. Não só a obra era manifestamente difícil, como exigia um efectivo instrumental, nomeadamente na percussão, inexistente nessa altura nas orquestras portuguesas. Foi tocada pela primeira vez em 2001 numa versão parcial (apenas a Glosa) no Festival de Bachau, na Roménia. A sua primeira apresentação mundial completa deu-se em 3 de Abril de 2002 pela Orquestra Sinfónica de Madrid, na cidade do mesmo nome, sob a direcção de José Ramón Encinar, sendo de salientar que esta primeira versão completa obteve uma óptima reacção da critica e do público. A segunda, e mais recente interpretação desta obra, realizou-se em 27 e 28 de Março de 2003, em Lisboa, pela Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian sob a direcção de Lawrence Foster. A sua interpretação tem sido sempre precedida pela audição de uma transcrição para metais (duas trompetes em dó e três trombones) da Fantasia de António Carreira. Esta é, aliás, uma, entre outras, das obras de António Carreira transcritas por Álvaro Salazar.
Glosa e Fanfarra sobre uma Fantasia de António Carreira representa, na produção musical portuguesa da época, um importante avanço em termos estéticos e técnicos. Formalmente é uma obra livre que vai evoluindo progressivamente de elementos musicais concretos até ao aleatorismo total.
Podemos encontrar nela grande parte dos “sinais” das correntes da sua época:
da vanguarda ao pós-modernismo no que se refere a questões estilísticas, passando pela escrita indeterminista e o seu coabitar natural com a determinista, até ao uso assumido e de forma subtil da citação.
4 Comments:
At Segunda-feira, 13 Junho, 2005, Analepse said...
Se bem percebi, foi preciso que orquestras estrangeiras (uma na Roménia, outra em Espanha)olhassem primeiro para esta obra portuguesa, para que só depois os portugueses percebessem que valia a pena começarem a fazer o mesmo...
At Segunda-feira, 13 Junho, 2005, César Viana said...
Foi exactamente assim; e já agora, se me permitem, também vale muito, muito a pena conhecer a música do António Carreira, embora não seja fácil encontrá-la...
At Quarta-feira, 15 Junho, 2005, Paulo Cardoso Mesquita said...
Admito que nunca ouvi a obra em questão, embora saiba da sua existência. Depois de um post destes, e dado tratar-se de uma peça de quem é, vou tentar suprir esta lacuna.
Só espero é que o Prof. Álvaro Salazar, caso seja frequentador deste blog, me perdoe esta falha.
É um daqueles inconvenientes de estarmos devidamente identificados.
At Quarta-feira, 15 Junho, 2005, pb said...
Álvaro Salazar, frequentador de blogues???
Tu não deves estar bem...
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