sábado, 11 de junho de 2005

Século do avião, o século passado...

Não será nosso dever encontrar meios sinfónicos de expressar o nosso tempo, meios que evoquem o progresso, o arrojo e as vitórias dos dias modernos? O século do avião merece a sua própria música!

Claude Debussy, 1913
4 Comments:
At Domingo, 12 Junho, 2005, sasfa said...
A frase de Debussy remete-me imediatamente para uma questão que não é a que se pretende, mas que está indirectamente relacionada - a questão das interpretações “à época”, muito em voga por causa da crescente força (justíssima) da música antiga...
Como é que nós, que conhecemos o avião e a nave espacial, e que temos por isso um conceito obviamente diferente de espaço, tempo, velocidade, etc, podemos procurar tocar a mundividência de um Bach, cujo conceito de velocidade se esgotava provavelmente num cavalo a galope?

At Domingo, 12 Junho, 2005, César Viana said...
Acho que a sua questão está mesmo directamente relacionada. É um excelente comentário. Toda a música é igualmente contemporânea, mesmo a do Bach (pelo menos a do Bach que ouvimos, com mais tripa ou mais aço...). Se calhar é a mundividência do Bach que nos toca a nós e não o contrário. Temos conceitos de espaço, tempo etc. diferentes, mas também, e isso é muito importante, um universo sonoro completamente diferente. (e já agora uma “música de Bach” completamente diferente, seguramente, da do tempo de Bach.

At Terça-feira, 14 Junho, 2005, Paulo mesquita said...
Eu gostava que muita gente, até com alguma importância na música - e alguns de nós sabem quem são, que afirma que a música contemporânea acaba em Debussy, desse uma olhadela a esse escrito. Respondendo directamente, temos o quarteto dos helis.
Tergiversando, temos a Concord Sonata do Ives. Quanto à comentação de Sasfa, tremendamente azada, merecedora, porventura de uma mais aturada atenção, mas que, de momento, não vai ser possível, devia ser digna de um Post.

At Terça-feira, 14 Junho, 2005, a mulher electrica said...
Penso que a afirmação de sasfa é realmente pertinente e merece atenção. Quanto a existirem pessoas importantes a pensarem que a música termina em Debussy, já não possso concordar.
Onde estão elas? Em que meios são assim importantes? No pequenino meio musical dos chás das cinco do Porto e Lisboa? Valha-me Deus!!
Que raio de importância essa!
As pessoas que realmente provam o seu valor e são verdadeiros musicos não pensam assim.
Esses que refere já ninguem intelegente os ouve.

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