“A vingt ans, j’ai découvert une définition de la musique qui éclaira soudain mes tâtonnements vers une musique que je sentais possible. C’est celle de Hoene Wronski, physicien, chimiste, musicologue et philosophe de la première moitié du XIXe siècle. Wronski a défini la musique comme étant «la corporification de l’intelligence qui est dans les sons». Je trouvais là pour la première fois une conception de la musique parfaitement intelligible, à la fois nouvelle et stimulante. Grâce à elle, sans doute, je commençai à concevoir la musique comme étant spatiale, comme de mouvants corps sonores dans l’espace, conception que je développai graduellement et fis mienne.”
Edgar Varèse
Edgar Varèse
2 Comments:
At Domingo, 12 Junho, 2005, Anonymous said...
Em primeiro lugar parabéns pelo blog. Tenho vindo cá várias vezes e sempre com interesse.
E já agora, música como uma arte do tempo ou espaço/tempo? Tudo aponta para que desde o início do século XX vários compositores como Varèse orientassem a evolução estética/musical, no sentido de incluirem o “espaço” (até então dominado pelas artes plásticas) como um elemento a ter em conta na obra musical. Sendo isto efectivamente mais claro com Stockhausen e a moment-form aliada a um novo conceito de tempo musical - o momento fixo no tempo e consequentemente no espaço. Curiosamente acontece o mesmo com as artes plàsticas em relação ao tempo - Calder e as esculturas móveis e mais tarde a pintura de Pollock. Para terminar onde posso encontrar a citação de Varèse?
At Domingo, 12 Junho, 2005, pb said...
Caro(a) Anónimo(a):
Obrigado pelo elogio ao blog.
A citação é do livro “Varèse” de Odile Vivier, da Seuil, 1973:15. Usei esta citação como forma de iniciar um trabalho académico - “Dinâmica e Orquestração em Amériques e Ionisation”) – que realizei há uns anos. Em relação à questão de espaço e espacialização da arte musical é assunto, com certeza, para um post a publicar com mais calma. Basta pensarmos que espacialização é um conceito com aplicação bem diferente em Varèse, depois em Xenakis nas suas obras em permanente movimento através das rotações, espirais e afins, em Stockhausen, com a sua sala de concerto ideal e outras “visões” místicas decorrentes dos seus sonhos, em Nono com o monumental “Prometeu” (a que tive a sorte de assistir duas vezes), com Ligeti, as massas sonoras de “Atmosphère”, ou com Nunes no “Quodlibet”. Isto claro, para não falarmos do caso particular da música electrónica, que aí, e nessa sim, a espacialização é um dado inerente à própria criação da obra.
Sem comentários:
Enviar um comentário