sexta-feira, 20 de maio de 2005

Ensino “muito pouco” Especializado da Música (2)

A alfabetização musical do País, através do ensino primário, do ensino liceal, do ensino universitário, das escolas elementares de música (ainda por criar), continua por fazer, não podendo eu aqui deixar de referir que a tentativa, planeada por um dos primeiros Governos Provisórios saídos da Revolução de Abril, de uma reforma de ensino da música nas escolas, na qual um escolhido grupo de pedagogos da especialidade chegou a trabalhar e a apresentar o resultado do seu trabalho (possivelmente provisório mas que se anunciava como um excelente ponto de partida), veio desgraçadamente a parar em nada, possivelmente por acção daquelas forças obstrucionistas que sempre no País estiveram (e continuam a estar) dispostas a empecer todo o surto de progresso nos espíritos e nas instituições...

Fernando Lopes-Graça, Apostila, 1981
3 Comments:
At Sexta-feira, 20 Maio, 2005, pb said...
24 anos depois e este texto ainda tão actual!
Uma desgraça este país...

At Sexta-feira, 20 Maio, 2005, Carlos a.a. said...
Esta tentativa de reforma, onde se encontraram muitos músicos que já desapareceram e que hoje estão esquecidos, teve o mesmo epílogo que a de Vianna da Motta e Luís de Freitas Branco nos anos 20! Lixo!


At Sexta-feira, 20 Maio, 2005, pb said...
Pois é, pois é...
logo a seguir veio o 310/83 que era teoricamente a tão prometida reforma do ensino da música posta em lei. Viu-se com o passar dos anos que serviu apenas para abrir as Escolas Superiores de Música do Porto e Lisboa e pouco mais... depois (em 1998) ainda tivemos o Encontro Nacional do Ensino Especializado da Música no Teatro da Trindade onde estive presente (nessa altura era ainda bem crente) a defender o sentido de uma profissão que acreditava ser de carácter especializado... também ai saíram frustradas quaisquer soluções... Entretanto os anos passaram, passaram e instalou-se a “javardice” total! Hoje pode-se dizer, com segurança, que, com a “democratização” do ensino, há mais escolinhas de música, mais professorzinhos(as) de música e “palminhas”, mais pop e rock nas escolinhas, tudo muito mais animado e menos a sério, mais ensino (des)articulado e até (des)integrado para que o precário seja o objectivo, não a atingir, mas sim, a manter ad libitum.
CONTINUEMOS POIS ASSIM, QUE ESTAMOS MAL!

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